sexta-feira, 5 de abril de 2013

E agora Pedro Passos Coelho?


A Alice estava longe de imaginar que o seu post de 2ª feira (ver aqui) se viesse a revelar tão profético. Com efeito, a Alice vaticinou que o Governo não podia durar muito mais. Nunca imaginou é que ele se começasse a desagregar já esta semana e ainda antes de se saber qual a decisão do tribunal constitucional sobre o orçamento de 2013 ou de Sócrates começar com os seus comentários.

Miguel Relvas demitiu-se ontem. No dia anterior, a Ministra da Justiça e o Ministro da Saúde, este último unanimemente considerado como um (ou o) dos mais competentes do Governo, manifestaram a sua vontade de abandonar o Governo. 

E os outros? 

Bem, é por demais evidente que o Ministro da Economia será também substituído na remodelação que se adivinha (que outra justificação poderá existir para não substituir um secretário de estado com o peso político e a importância, merecidamente conquistada, de Almeida Henriques?). 

O Ministro da Defesa também tem revelado dificuldade em domar as tropas. Para além das migalhas que vai conseguindo de Victor Gaspar para “aguentar” os aumentos salariais dos generais, pouco mais tem feito. A estratégia de defesa nacional continua como sempre, i.e. inexistente. 

A Alice tem algumas dúvidas que Crato resista ao facto de ter colocado o derradeiro prego no caixão político de Miguel Relvas. A política é a única área da vida humana em que a vingança se serve melhor a quente. 

Victor Gaspar não pode sair, ainda que quisesse, pois os seus patrões Europeus não autorizam. Os Ministros do CDS-PP têm tido o condão de, pelo menos, se manterem afastados das confusões e a sua presença no Governo continua a ser fundamental para sedimentar a vitalidade do Partido. Miguel Macedo deverá ser o “laranjinha” de serviço a quem, provavelmente, caberá a futura coordenação política do Governo. 

Entretanto, Passos Coelho parece genuinamente perdido. Ora ameaça o PS (ou o País, a Alice já nem sabe bem) com um segundo resgate, ora acusa antecipadamente o Tribunal Constitucional de falta de responsabilidade. Este sentimento é compreensível. Passos Coelho está sozinho. 

A grande questão que se segue é quem é que Passos Coelho irá escolher para substituir os Ministros cessantes? Mais do que isso: quem é que ele irá convencer? Se é sabido que alguns dos actuais já foram segundas escolhas, na situação do País e do Governo só um louco (ou alguém tremendamente ambicioso) aceitará integrar o Governo. 

Arriscamo-nos a, pela primeira vez em democracia, o Primeiro-Ministro não conseguir formar Governo, não porque não goze de apoio parlamentar, mas porque não encontra pretendentes para os pelouros! 

A Alice está convencida que o próximo mês será muito sumarento. A remodelação terá que ocorrer até final de Abril. Portugueses… mantenham o telefone ligado… pode ser que seja desta que recebem um telefonema a convidar para integrar o novo executivo. 

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